sábado, 1 de janeiro de 2011

Ecstasy: a viagem pode não ter volta

O ecstasy é considerado uma droga perturbadora do Sistema Nervoso Central, pois é capaz de produzir quadros de alucinação, geralmente de natureza visual. Seu nome farmacológico é 3,4-metilenodioximetanfetamina, sendo abreviado por MDMA.


O MDMA foi sintetizado pela primeira vez em 1912 pela Merck, uma empresa alemã, e tinha como finalidade ser usado como supressor de apetite, embora nunca tenha sido utilizado para esse fim em razão de diversos efeitos adversos. Em 1960 começou a ser usado como elevador do estado de ânimo, sendo receitado por psicoterapeutas que o consideravam “a penicilina para a alma”, por acreditarem que a droga favorecesse o diálogo terapeuta-paciente.
             O uso recreativo surgiu na década de 1970, principalmente nos Estados Unidos, onde acabou sendo proibido em 1985. Nessa mesma época, estudos mostraram que 13% dos estudantes universitários norte-americanos já haviam feito uso da droga, o que demonstrou que o uso ilegal já estava disseminado pelo país.
            Embora o ecstasy possa ser administrado de diversas maneiras: inalado sob forma de vapor, injetado por via intravenosa - a forma mais comum é a oral, sob a forma de comprimidos. A dose recreacional varia de 50mg a 150mg em dose única. Mas como esse mercado é ilegal, não há controle de qualidade que possa prevenir quanto a uma possível overdose.
            O efeito da droga dura cerca de quatro horas, mas pode variar de pessoa para pessoa, pois as enzimas que eliminam o ecstasy do organismo não estão presentes nas mesmas quantidades em todas as pessoas.

Mas como o Ecstasy atua no Sistema Nervoso Central?

Nas fendas sinápticas existem proteínas transportadoras responsáveis por recolher o excesso de neurotransmissores, ou seja, levar os neurotransmissores que não se ligaram a receptores de volta para o neurônio pré-sináptico, onde poderão ser estocados em vesículas para uma nova utilização, ou ser degradados por enzimas, no caso, a monoaminoxidase (MAO).


O ecstasy atua sobre proteínas transportadoras de serotonina e dopamina, fazendo com que haja um acúmulo desses neurotransmissores na fendo sináptica, prolongando, assim, seus efeitos.


Efeitos e Riscos do Ecstasy

Os efeitos do ecstasy aparecem 20-70 minutos após o seu consumo e caracterizam-se por aumento da sensibilidade sensorial auditiva, excitação, agitação, desinibição, aumento da sociabilidade e vontade de manter contato físico.
A nível físico, o esctasy pode causar taquicardia, aumento da pressão sanguínea, diminuição do apetite e sede intensa. O uso da droga também está associado a um aumento demasiado da temperatura corporal, que pode chegar a 42º C. Esse aumento de temperatura é extremamente perigoso, uma vez que induz o usuário a ingerir grandes quantidades de líquido. E como o ecstasy atua aumentando a secreção de Hormônio Antidiurético (ADH), o organismo não consegue eliminar o excesso de líquido do organismo.


O link abaixo direciona para um site que conta a história de uma jovem inglesa, Leah Betts, que morreu em 1995 devido à ingestão excessiva de água após fazer uso de ecstasy.
A grande quantidade de água no plasma de Leah fez com que a concentração intracelular ficasse maior que a extracelular, causando - devido à osmose - o inchaço das células, sobretudo dos neurônios.





Referências Bibliográficas
http://www.ff.up.pt/toxicologia/monografias/ano0809/sextasy/ecstasyf.html

Bruno Sakamoto - MED 92

5 comentários:

  1. Valeu pelas informações foram muito úteis em meu trabalho de farmaco sobre os antidepressivos! Sou estudante de medicina da Univ. Fed. de RO.

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  2. Obrigada queridos! Estava em crise de enxaqueca e agora justamente após ler tal matéria aqui publicada descobri que é devido à baixa do estrógeno causado pela interrupção de meu anticoncepcional, aliada às minhas faltas na academia e irregularidade nas noites de sono. Hj meso resolverei tudo isso!

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  3. O que é o Ecstasy?
    http://blog.viversemdroga.com.br/o-que-e-o-ecstasy/

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  4. por favor, desenvolvi quadro clínico de desturbio de sono e personalidade e tb sensoriais devido o uso, isso pode ser reverssível?

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