terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Nicotina

Opa! Fala pessoal!
Estávamos sumidos, mas agora voltamos a todo vapor! Nem vai dar mais tempo de sentir saudades!Aqui quem fala é o Giratório (Lucas Shiratori) e vou falar de um assunto muito interessante que é sobre a Nicotina. Antes de falar sobre a Bioquímica propriamente dita, quero abrir os olhos de vocês e dar aquele puxãozinho de orelha!
Apesar do enorme conteúdo informativo acerca dos perigos que o tabagismo oferece ao organismo humano, ainda existe uma considerável parcela da população mundial que fuma. Tudo isso se deve às propriedades viciantes da nicotina. O DSM-IV (4ª edição do Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais) calcula que cerca de 85% dos fumantes diários são verdadeiros dependentes da nicotina. Dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) estimam que há 1 bilhão de fumantes em todo mundo e que fumam, aproximadamente, 6 trilhões de cigarros por ano. Há, também, dados da OMS que especulam a morte de mais de 3 milhões pessoas por ano devido ao tabagismo. Surpreendentemente, o número de fumantes em países em desenvolvimento continua aumentando. E você? Vai contribuir para aumentar o número de viciados ou vai pular fora? Se você nunca fumou, não se preocupe, não está perdendo nada e a sua saúde agradece, e se você fuma, agora é uma excelente oportunidade para parar esse péssimo hábito ;)


Bioquímica da Nicotina

Fórmula Estrutural da Nicotina
 
A nicotina é o componente psicoativo do tabaco. No organismo, tal substância age como agonista sobre os receptores da acetilcolina do subtipo nicotínico, o que afeta diretamente o SNC (Sistema Nervoso Central). Aproximadamente um quarto da nicotina que é inalada no ato de fumar é transportada até o sangue. Na corrente sanguínea, a nicotina atinge o cérebro em 15 segundos, sendo que a sua meia-vida é de duas horas. A hipótese de maior credibilidade no meio científico defende a ideia de que a nicotina produz suas propriedades viciantes e de reforço positivo ativando a via dopaminérgica, projetando-se para o córtex cerebral e o sistema límbico (conforme constantemente discutido nos nossos posts: o grande controlador das emoções).


Além disso e dos aumentos das concentrações de adrenalina e de noradrenalina circulantes induzido pela nicotina, há uma maior liberação dos seguintes hormônios:
 
- Hormônio Anti-Diurético (ADH)
Hormônio fundamental para o Sistema Urinário no que tange ao equilíbrio eletrolítico do corpo. Além disso, modula os efeitos da noradrenalina, que, conforme discutido aqui no blog, apresenta-se em baixas concentrações na depressão.

- Endorfina (tipo beta)
Modulam respostas de humor e à estímulos estressantes, além de modular a percepção dolorosa.

- Hormônio Adrenocorticotrópico (ACTH)
Hormônio que promove a produção de glicocorticóides pelo córtex adrenal, que induzem síntese de enzimas e sistemas de transportadores celulares, agindo, sobretudo, no metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios.


- Cortisol
Glicocorticóide que age nos hepatócitos acelerando a síntese de glicose e estimulando as reações catabólicas que têm como substrato proteínas e lipídios. Há, também, inibição de resposta inflamatória e imune.



Acredita-se que tais hormônios contribuem para os efeitos estimulantes básicos da nicotina sobre o SNC. A constante exposição à nicotina pode provocar, a longo prazo, diminuição do fluxo sanguíneo cerebral, apesar de aumentá-lo a curto prazo. Sendo que em oposição a seus efeitos estimulantes do SNC, a nicotina atua como relaxante dos músculos. A sua dependência ocorre de maneira relativamente rápida, sendo que se acredita que é devido ao fato de que a nicotina ativa o sistema dopaminérgico da área tegumentar ventral, o mesmo sistema afetado pela cocaína e pelas anfetaminas. A área tegumentar ventral é o local de origem de impulsos que modulam recompensas sentidas devido à realização de uma satisfação.

Fica aí minha contribuição da vez, se tiverem dúvidas, já sabem: perguntem-nos, pois temos todo o prazer em sanar as dúvidas de todos =)
Abraços e beijos giratórios a todos!

Fica aí um vídeo sobre tabagismo que fala bastante de suas consequências. Vale a pena ver!

Lucas Shiratori
MED 92



Bibliografia:
- OMS (Organização Mundial de Saúde)
- DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais – 4ª Ed.)
- Manual Conciso de Psiquiatria Clínica de KAPLAN e SADOCK – 2ª Ed.
- CID10 – Classificação Internacional das Doenças
- Fisiologia humana – Livros-texto I. Yue, Anna.
- Revista eletrônica do Departamento de Química - UFSC

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