segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Drogas: o que são e como promovem o vício?


Olá, pessoal!
Aqui quem fala é o Diogo, mas podem me chamar de Dig's.
Para que, ao longo do blog, possamos discutir de maneira mais específica sobre cada uma das drogas, é necessário que falemos de questões simples e muito importantes sobre as mesmas neste primeiro post.
            Mas, de maneira bem geral, o que são as drogas?



Podemos defini-las como substâncias exógenas capazes de modificar uma função biológica através de suas ações químicas. 

           É curioso imaginar como substâncias que são produzidas fora do nosso organismo podem influenciar tanto em seu funcionamento, não é mesmo? Isso ocorre devido ao fato de que, na maioria dos casos, as moléculas interagem com proteínas específicas presentes nas células: os receptores. Uma vez que existem diversos receptores em células de órgãos diferentes, a ligação da droga provoca o aparecimento de efeitos variados, como agitação, sonolência, tremores e alucinações, por exemplo.



Na figura a seguir, podemos ver a ilustração de uma sinapse, mostrando os neurônios envolvidos, os neurotransmissores (amarelos), os receptores (azuis e rosa) e a presença de moléculas de cocaína (verdes), uma droga psicoestimulante.


Sinapse dopaminérgica, com a presença de moléculas de cocaína atuando em receptores do neurônio pré-sináptico.
 
Dependendo das propriedades químicas de cada composto, o tempo, a intensidade e os efeitos da ação de cada droga poderão ocorrer de maneira distinta, variando, até mesmo, de pessoa para pessoa.
Há drogas que, uma vez utilizadas, conseguem alcançar os neurônios do sistema nervoso central, influenciando o funcionamento das transmissões sinápticas. Essas substâncias são chamadas de psicotrópicas. Elas podem, então, simular ou potencializar os efeitos dos neurotransmissores, inibir a ação dos mesmos e alterar a sua síntese e degradação (agindo nas enzimas envolvidas). 

Ao considerarmos a legislação vigente, as drogas são classificadas em lícitas ou ilícitas. As primeiras são aquelas de produção e comercialização livres, aceitas pela sociedade e capazes de produzir menor impacto na saúde dos indivíduos. Como exemplos, podemos citar as bebidas alcoólicas e o cigarro. As drogas ilícitas, por sua vez, são proibidas pela legislação e podem provocar efeitos mais nocivos ao homem. O crack, a heroína e a maconha são exemplos de drogas ilícitas.

No entanto, as drogas, sejam lícitas ou ilícitas, podem levar o indivíduo ao uso compulsivo. Denominamos dependência e drogação o quadro em que os indivíduos compulsivos por drogas as utilizam de maneira abusiva e repetitiva. Ambos são termos muito parecidos, mas denotam conceitos diferentes. Veja:

- a dependência (ou dependência física) consiste nas adaptações que ocorrem no organismo humano frente à presença da droga. É devido à dependência que os sinais de abstinência surgem quando o indivíduo não se expõe à droga;
- a drogação (ou dependência psicológica), por sua vez, está relacionada à parte mental do vício, ao forte impulso que leva a pessoa a consumir novamente a substância. É como uma sensação de “querer a droga mesmo sem gostar de utilizá-la”.

           Acredito que todos nós já tenhamos visto ou ouvido falar de pessoas que, ao usarem drogas, modificaram o seu dia-a-dia para o consumo dessas substâncias. Por que isso ocorre? Atualmente, a explicação mais aceita para o vício está relacionada com a dopamina e sua ação no núcleo accumbens, um pequeno conjunto de neurônios presentes abaixo do córtex cerebral. Ele faz parte do sistema límbico, o grande controlador de nossas emoções, e está relacionado com as sensações prazerosas.

Sistema límbico, o grande controlador de nossas emoções.


Fórmula estrutural da molécula de dopamina.


Representação do encéfalo e do tronco encefálico, apontando as estruturas cerebrais que fazem parte do sistema límbico. Note a localização do núcleo accumbens.
 
As drogas que causam o vício são psicotrópicas e capazes de aumentar as concentrações de dopamina na fenda sináptica de neurônios envolvidos com o núcleo accumbens. Como resultado, os sintomas indesejáveis do estado de abstinência são aliviados. A partir daí, todas as vezes em que quiser atenuar os sintomas da abstinência, o consumidor da droga se sentirá impelido a utilizar a droga, tornando-se um dependente químico.





A freqüência de exposições à droga e a dose necessárias para que uma pessoa se torne dependente da mesma varia de acordo com o potencial de dependência física e química do composto em questão.

Nos próximos posts sobre as drogas, falaremos de maneira mais específica sobre cada droga, abordando sua composição química, suas fontes naturais e sua ação no organismo. Além disso, procuraremos abordar sobre as doenças, sintomas e tratamentos relacionados com as mesmas.

Ah! E fique ligado: traremos informações sobre medicamentos de controle especial e muito mais!

Até a próxima!

Diogo Araujo – MED92


Referências Bibliográficas:
- KATZUNG, B. G; Farmacologia Básica e Clínica. 10ª ed. São Paulo: editora McGrall Hill, 2007.  
- http://www.mundoeducacao.com.br/drogas/drogas-licitas-ilicitas.htm
- RANG & DALE;  Farmacologia. 6ª Ed. Rio de Janeiro: editora Elsevier, 2007.

Nenhum comentário:

Postar um comentário