domingo, 28 de novembro de 2010

Bioquímica da Depressão


Bom dia pessoal!


Aqui é o Lucas Shiratori mais uma vez e eu vim falar sobre a depressão, conforme prometi no post anterior. Antes de mais nada, vou conceituar a depressão para então descrever sua bioquímica e o funcionamento dos antidepressivos.

Conceito
A depressão é um transtorno mental que pode significar tanto um sintoma de vários distúrbios emocionais quanto uma doença mental e, como os gráficos do meu post anterior mostra, a OMS divulgou que sua incidência é notavelmente maior em mulheres. A psicopatologia (ciência que estuda os estados psíquicos patológicos) identifica a depressão por meio da verificação de três sintomas fundamentais:

1. Sofrimento moral – sintoma mais marcante da depressão, o paciente se considera muito inferior aos outros, sentindo-se incompetente, fraco, inútil, indigno e rejeitado.

2. Inibição psíquica – Fadiga, lerdeza, perda da capacidade de tomar decisões, lentidão psicomotora, desinteresse e comprometimento da consciência.

3. Estreitamento Vivencial/Anedonia – Significa incapacidade de sentir prazer. O paciente não consegue encontrar motivos para se animar.

Além desses sintomas, há outros que costumam aparecer em pacientes depressivos, como perda de sono e apetite, dificuldade de concentração, pessimismo e, até mesmo, dores corporais e enjôos. Lembrando que a depressão pode ser causada por fatores internos (biológicos) e por fatores externos (ambientais)


Funcionamento da Depressão
Há várias hipóteses que tentam explicar a fisiopatologia e a bioquímica da depressão, colocarei aqui aquelas que possuem maior aceitabilidade e credibilidade no meio científico.

Conforme o Nelson e o Bruno explicaram em seus posts anteriores, os neurônios pré-sinápticos liberam neurotransmissores que estimularão ou inibirão o neurônio pós-sináptico. Os neurotransmissores, após saírem do neurônio pré-sináptico por exocitose, acoplam-se a neuroreceptores específicos do neurônio pós-sináptico, o que provoca um aumento da condutância da membrana plasmática pós-sinática a íons sódio e potássio.
A depressão está relacionada ao hipofuncionamento bioquímico da atividade de certos neurotransmissores, sendo que a noradrenalina, a dopamina, e a serotonina (5-hidroxitriptamina ou, simplesmente, 5-HT) merecem importante destaque. A sensibilização e o número
de neuroreceptores específicos também têm notável influência na depressão.

Analise as figuras a seguir:
 













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Como se pode perceber, na depressão, o número de neurotransmissores disponíveis na fenda sináptica é muito inferior ao número de neuroreceptores específicos, e é isso que determina a ação dos antidepressivos.

Uma das principais classes de antidepressivos é a dos tricíclicos, cujo local de ação é no Sistema Límbico. Os antidepressivos tricíclicos podem atuar diminuindo a recaptação (pelo neurônio pré-sináptico) dos neurotransmissores noradrenalina, dopamina e serotonina, aumentando sua disponibilidade na fenda sináptica e permitindo sua captação pelos neuroreceptores pós-sinápticos. Outra forma de atuação dos antidepressivos seria diminuindo o número de neuroreceptores específicos, o que também aumentaria o número de neurotransmissores disponíveis na fenda sináptica. Outra importante classe de antidepressivos é a dos inibidores da enzima MAO (monoamina oxidase), tal enzima é responsável por degradar a dopamina, serotonina e noradrenalina. Sua inibição iria, portanto, aumentar as concentrações desses neurotransmissores na fenda sináptica, diminuindo a depressão.


Desse modo, os sistemas noradrenérgico, serotoninérgico e dopaminérgicos são grandes responsáveis pela regulação do humor, sensação de bem-estar e o estado afetivo das pessoas.

É isso galera, espero que tenha ficado bom!
Qualquer crítica, dúvida e/ou sugestão, sintam-se livres para comentar aqui ou no nosso twitter:
                                                (@neuromed92)
 


Um grande abraço e obrigado por nos visitar!
Lucas Shiratori
MED 92

Referências Bibliográficas
- DSM-IV Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 4º Ed.
- CID: Código Internacional das Doenças, 10ª edição.
-
Revista Brasileira de Psiquiatria
- Artigo do http://www.wallstreetfitness.com.br/ de autoria do Dr. Marcos Muniz Moreira, médico especialista em Psiquiatria pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP)
 
- PsiqWeb, Portal de Psiquiatria: http://www.psiqweb.med.br/site/

3 comentários:

  1. Adorei está muito simples! Eu sou psicologa e estou a fazer um trabalho com o riso para diminuir a depressão. Podem explicar como funciona o riso no cerebro. Que acontece no cerebro quando rimos! Obrigada e felicidades com este blog!

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  2. Sou estudante de Enfermagem e irei apresentar um trabalho sobre a depressão, o post de vcs me esclareceu muuuitoo, valeeu ;)

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  3. Uma dúvida, sou hipnoterapeuta e gostaria de saber o seguinte ao retirar esses medicamentos sem mexer nas condições do estilo de vida alimentar ruim da pessoa, quais seriam as chances dela voltar a ter depressão ?

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